domingo, 9 de agosto de 2009

Contra o Fanatismo,qual seja (E de onde for)

Se o Messiar vir, ele devesse vir contando piadas (...).No momento em que aprendermos a rir de nós mesmos,estaremos imunes ao fanatismo.

Quem proferiu esta frase ,ainda com resquicio de duvidas é ninguém menos que o reconhecidissimo Amoz OZ.Escritor Israelense,ex soldado das guerras dos 70 e pacifista não ingenuo. Enfim terminei a leitura de 'Contra o Fanatismo'com a devida atenção.

Só um compromisso salvará palestinos e judeus, diz Amós Oz .Filhos do sofrimento, judeus e palestinos têm os mesmos bons motivos, os mesmos argumentos históricos e sagrados para reivindicar sua terra. Só há um problema: reivindicam justamente o mesmo pequeno país como sua única e exclusiva pátria no mundo inteiro. De modo que o conflito árabe-israelense se toma, na definição de Oz, um choque entre o certo e o certo. E justamente por isso se transformou num impasse, já que os dois lados têm razão ou, pelo menos, têm suas razões. Não é uma luta entre o bem e o mal, como tanto palestinos, como judeus costumam pensar.

Oz localiza as origens do fanatismo, que aparece no terrorista Osama Bin Laden, mas também em todos aqueles que querem forçar as pessoas a se modificarem. Ou seja, qualquer um de nós pode ser contaminado pelo vírus da intolerância e tornar-se patético. Quanto mais você tem razão, mais engraçado fica, observa Oz. E a cura, segundo o autor, pode estar em atitudes simples como rir de si mesmo e ler as obras de Shakespere. Afinal, toda forma de fanatismo acaba em tragédia ou comédia. Uma das principais características do fanático, senão a principal, a que leva a todas as outras, é a urgência para pertencer a algo e o desejo de fazer com que os demais pertençam a este mesmo algo.

Palestinos,afirma, têm uma história parecida com a dos judeus. Aqueles foram renegados em vários países, como Síria e Iraque, enquanto os judeus foram perseguidos e expulsos, quando não mortos, da Europa. Ambos os povos foram, então, por razões parecidas, parar no mesmo território. E um dos aspectos mais trágicos do conflito é que os palestinos radicais e mesmo alguns moderados não conseguiram, como alguns ainda não conseguem, imaginar o quanto àquela região é importante emocionalmente para os judeus, ao mesmo tempo em que os judeus radicais falham em não perceber o mesmo em relação aos palestinos da região.

Amós Oz não tem uma visão romântica da paz, que não deve se confundir com amor. Para ele, o contrário da guerra não é nem o amor e nem algo do tipo. O contrário da guerra é a paz. Por isso o autor espera ver ainda em vida Dois Estados (Palestina e Israel) vivendo lado a lado; não se amando mutuamente, mas com respeito um para com o outro. E cita o poeta Robert Frost, para quem uma boa cerca faz bons vizinhos.

E Oz continua a não redimir qualquer dos dois lados, ao fazer notar que os mesmos palestinos radicais citados acima cometem o erro de verem os israelenses como uma mera extensão do antigo colonizador europeu, britânico, enquanto os israelenses linha-dura vêem os palestinos como nazistas revividos, agora morenos e com barbas e bigodes, prontos para exterminá-los a qualquer momento. E são estas visões distorcidas que impedem um avanço significativo num processo de paz concreto, que resolva de vez as pendências territoriais - além do significativo problema dos refugiados palestinos.

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